Que valor atribuímos a nós mesmos?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

No texto abaixo há uma pequena história muito interessante para refletirmos sobre o quanto sabemos de nós mesmos e o quanto estamos preparados para defender nossa existência. Será que saberemos argumentar com o anjo da história para merecermos continuar vivos.

“O homem estava a pegar nas chaves do carro (a mulher já tinha saído para levar as crianças à escola) quando tocaram à campainha.

Irritado, pois já se atrasara bastante, ele abre a porta:

— Sim?

O ser andrógino, belo e feio, alto e baixo, negro e louro, faz um sinalzinho dobrando o indicador:

— Vim buscar-te.

Não era preciso explicar, o homem entendeu logo: o Anjo da Morte estava ali, e não havia como escapar. Mas, acostumado a negociações, mesmo perturbado ele rapidamente pensou que era cedo, cedo demais, e tentou argumentar:

— Mas, como, o quê? Agora, assim, sem aviso, sem nada? Nem um prazo decente?

O Anjo sorri um sorriso bondoso e perverso, suspira e diz:

— Mas ninguém tem a originalidade de me receber com simpatia neste mundo? Nunca ninguém está preparado? Está certo que só tens quarenta anos, mas mesmo os de oitenta…

O homem agarrou mais firmemente a chave do carro que acabara por encontrar no bolso do casaco, e insistiu:

— Vá lá, dá-me uma oportunidade.

O Anjo teve pena, aquele grandalhão estava realmente apavorado. Ah, os humanos… Então teve um acesso de bondade e concedeu:

— Tudo bem. Eu dou-te uma oportunidade, se me deres três boas razões para não vires comigo desta vez.

(Passaria um brilho malicioso nos olhos azuis e negros daquele Anjo?)

O homem aprumou-se, claro, sabia que ia dar resultado, sempre fora um bom negociador. Mas, quando abriu a boca para começar a sua ladainha de razões — muito mais que três, ah sim — o Anjo ergueu um dedo imperioso:

— Espera aí. Três boas razões, mas… não vale dizer que os teus negócios precisam ser organizados, a tua mulher nem sabe assinar cheques, os teus filhos nada conhecem da realidade. O que interessa és tu, tu mesmo. Porque valeria a pena deixar-te ainda aqui por algum tempo?”

Diante das questões acima será que teríamos argumentos fortes para que o anjo mudasse de ideia e nos deixasse mais um tempo por aqui?

O que você diria? Deixe sua opinião.




Texto do Livro Perdas e Ganhos de Lya Luft

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